sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Rede Social, filme sobre o Facebook, estreia em Santa Catarina

O filme, inspirado no livro Bilionários por Acaso, conta como o estudante de Harvard Mark Zuckerberg, então com 19 anos, pensou, implantou e expandiu um site que já conta com mais de 500 milhões de usuários no planeta. O verdadeiro Zuckerberg — que é interpretado por Jesse Eisenberg, de Zumbilândia — não viu o filme, não leu o livro e não gostou de nenhum dos dois.

Na trama, ele é um jovem arrogante, preocupado em conquistar status no campus, pegar algumas garotas e juntar bastante dinheiro. É a partir do diálogo inicial, no qual leva um fora da namorada ao dizer que não precisa de amigos, que Zuckerberg encontra a motivação para criar redes sociais online em Harvard. Algumas cervejas além da conta também o ajudam. De Harvard para outras universidades e então para o mundo e a fama, é um passo.

De acordo com o autor de Bilionários por Acaso, Ben Mezrich, o fora é crucial para os demais desdobramentos da história de Zuckerberg e do próprio Facebook. Mas o controverso episódio também está na origem da crítica ao livro e ao filme pelo verdadeiro Zuckerberg.

— Eu namoro a mesma garota desde que entrei em Harvard — repete, em entrevistas. — A verdadeira história do Facebook é simplesmente que trabalhamos muito duro durante muito tempo. Talvez seja entediante, mas o fato é que apenas sentamos em frente aos nossos computadores nos últimos seis anos e escrevemos códigos.

Como Hollywood não faria um filme em que jovens se sentam em frente a computadores e escrevem códigos, o diretor David Fincher optou por explorar — tanto quanto Mezrich no livro — a receita da boa bilheteria: sexo, drogas e ambição. Os três clichês ocorrem quase sempre em torno do personagem interpretado por Justin Timberlake: Sean Parker, co-fundador do Napster (serviço de compartilhamento de arquivos na internet).

Ele descobre por acaso o Facebook e tenta tirar uma casquinha ao notar que o site ainda não extrapolara os muros de Harvard, em 2004. Num encontro com Zuckerberg, entre drinques exóticos, convence o garoto a aceitá-lo na empresa com uma sentença que resume a ideologia de vida no Vale do Silício:

— Sabe o que é mais legal do que 1 milhão de dólares? Um bilhão de dólares.

Hoje, é possível dizer que ainda mais legal do que 1 bilhão de dólares são 50 bilhões de dólares, valor estimado do Facebook. Se não é totalmente fidedigno, ou seria um documentário, A Rede Social também não erra ao abordar a série de disputas na empresa. Principalmente a que envolveu Zuckerberg e o seu então melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin (sim, há um brasileiro na história).

Saverin, interpretado por Andrew Garfield, é o companheiro de balada e labuta de Zuckerberg. Ele ajuda o amigo a se dar bem com as garotas e também a colocar de pé sua grande invenção. No filme, como na vida, acaba sendo deixado de lado pelo companheiro e se sente obrigado a recorrer à Justiça para reaver um percentual mais generoso de participação na empresa. Três alunos de Harvard fazem o mesmo sob o argumento de que a ideia do Facebook foi roubada deles, transformando boa parte da trama num filme de tribunal (com sexo, drogas e ambição).

Noves fora, é um filme em que jovens se sentam em frente a computadores e escrevem códigos. E que por si já vale o ingresso, quando os códigos que escrevem são os mesmos que ajudam a contar, diariamente, a história de mais de 500 milhões de pessoas no mundo.

Assista ao trailer:

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