terça-feira, 7 de dezembro de 2010

'Mizael já pode ser considerado foragido', diz Ministério Público

Ex de Mércia teve a prisão pedida por constranger testemunhas.
Para promotor, 'acusados representam perigo à ordem pública'.

O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou nesta terça-feira (7) que Mizael Bispo de Souza já pode ser considerado foragido da Justiça e da polícia. "O advogado dele falou que seu cliente não vai se apresentar. Então ele é foragido", afirmou o promotor por telefone ao G1.
A Justiça de Guarulhos decretou a prisão do ex-namorado de Mércia Nakashima e do vigia Evandro Bezerra Silva. A Polícia Civil ainda não encontrou os acusados para cumprir o mandado de prisão. O juiz também decidiu mandar os dois a júri popular pelo assassinato da advogada.
“Pedi a prisão de Mizael porque ele constrange as testemunhas, forja provas e foge quando tem a prisão decretada. Evandro forjou álibi. Ele fugiu quando era procurado. Ele se dedica a atividades irregulares, exerce segurança armada irregular", afirmou o promotor.
"Mizael tentou forjar provas do rastreador, quando tentou trocá-lo. Evandro tem envolvimento criminal, se dedica a atividade irregular de segurança armada. Testemunhas foram constrangidas e perseguidas. Além disso, tem a mudança de depoimento da ex-mulher de Mizael", completou.
Em seu pedido de prisão preventiva, do dia 26 de novembro, enviado à Justiça, o promotor alega que “os acusados representam perigo à ordem pública, já que possuem outros envolvimentos policiais e se dedicam a atividades ilegais (segurança particular armada sem autorização), demonstrando ambos uma predisposição à prática de ilícitos”.
Ao G1, Samir Haddad Júnior, defensor de Mizael, afirmou na tarde desta terça-feira que seu cliente não irá se entregar à polícia. “Ele não vai se apresentar. Vai que acontece algo com ele na prisão”, disse. O advogado de Evandro Silva não foi localizado às as 18h30 desta terça.
Pronunciados
A Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo, decidiu na tarde desta terça-feira levar Mizael Bispo de Souza e Evandro Bezerra Silva a júri popular sob a acusação de assassinarem Mércia Nakashima, de 28 anos, em maio deste ano. Além de terem de sentar no banco dos réus para serem julgados pelo crime por sete jurados escolhidos entre pessoas da sociedade, o ex-namorado da vítima e o vigia também tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, da 1ª Vara do Júri.
A sentença do magistrado foi divulgada nesta terça pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP. Cabe recurso.  Os réus negam o crime.
Policiais civis foram, assim que decretada a prisão, até a casa e ao escritório de Mizael em Guarulhos, mas não tinham conseguido localizá-lo até as 17h30.
Para o juiz Leandro Bittencourt Cano, há “indícios suficientes de autoria”, que são “evidenciados pelas provas oral e documental”, para que se decidisse pelo pronunciamento de Mizael Bispo e Evandro Silva. O magistrado relacionou, em sua decisão, ao menos 12 indícios da participação deles no crime.
Entre os mais indícios mais contundentes, o juiz cita que “Mizael foi visto entrando no veículo de Mércia momento antes do momento fatídico”, segundo uma testemunha;
que os encontros entre Mizael e Evandro “passaram a ser rotineiros nas proximidades do dia do crime”;
as “três confissões de Evandro com delação do comparsa, sendo uma delas filmada” e as outras colhidas na presença de um advogado;
o resultado da reconstituição que se baseou em depoimento de testemunha sigilosa esclareceu a dinâmica do crime;
“por meio dos cruzamento de dados telefônicos foram constatadas diversas ligações entre Mizael e Evandro no dia do delito”;
e a presença de “fragmentos de uma alga compatível com as represas de Nazaré Paulista”, onde o corpo de Mércia foi encontrada, “no sapato de Mizael”, bem como "partículas ósseas" e "substância hematóide".

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